A gastroenterite aguda á uma doença extremamente comum na infância. Cerca de 40% dos casos que acontecem nos primeiros 5 anos de vida são causados por rotavírus , enquanto que 30% são por outros vírus, principalmente norvírus e adenovírus. Campylobacter jejuni, Yersínia, Samonella, Shigella, E coli patogênica ou Clostridium difficile, podem ser identificados em torno de 20%. As causas por parasitas representam menos de 5% das causas ( Giardia, Cryptosporidium, Entamoeba histolytica e outros). (01)
A gravidade da diarreia esta relacionada com a faixa etária da criança e também com a etiologia, sendo o rotavírus o responsável pelos casos mais graves. (02)
Na historia natural da doença os vômitos e a febre normalmente estão presentes nos 3 primeiros dias. A diarreia pode durar um tempo maior, de 3 a 7 dias, sendo que em alguns casos pode permanecer por 14 dias.
A desidratação é a principal característica clinica e geralmente reflete a gravidade da doença diarreica. Um dos grandes avanços na redução da mortalidade foi a introdução da solução de reidratação oral (SRO) pela OMS. A reidratação representa a pedra fundamental no tratamento da GECA e deve ser oferecida o mais precoce possível. (03)
A alimentação regular não deve ser interrompida. Orienta-se evitar leite de vaca e derivados, além de frituras e doces. Toda dieta, inclusive os líquidos, deve ser oferecida aos poucos e em pequenas quantidades durante todo o dia.
Os probióticos podem ser utilizados como coadjuvantes no tratamento da gastroenterite. A Sociedade Européia de Gastroenterologia afirma que determinados probióticos apresentam eficácia clinica comprovada como os Lactobacillus rhamnosus GG, Saccharomyces boulardii , L. reuteri e L, acidophilus LB.
O melhor método de prevenção continua sendo a higienização das mãos, maior controle da vigilância sanitária e a vacinação. O uso de desinfetantes à base de álcool está associado a um menor nível de contaminação de sala de aula em surtos de gastroenterite.
A vacina Rotarix, monovalente, foi incluída no programa de Nacional de Vacinação em 2006. Estudos mostraram proteção de 85 a 96% contra as diarreia graves causadas por determinadas cepas de rotavírus. São recomendadas duas doses em torno de 2 a 4 meses de vida; a primeira deve ser dada entre 6 a 12 semanas, com intervalo mínimo de 4 semanas entre as duas doses. O esquema deve ser obrigatoriamente completado ate 24 semanas e 6 dias. (04)
É necessário encaminhar para avaliação medica aquelas crianças evoluam com vômitos persistentes, sangue nas fezes, palidez constante, sonolência excessiva e ausência de diurese durante o dia.
Aline Vilela Mees
Pediatra CRM DF 19172
Bibliografia
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- Guarino A, AlbanoF, Ashkenazi S. European Society for Paediatric Gastroenterology, Hepatology, and Nutrition/European Society for Paediatric Infectious Diseases evidence-based guidelines for the management of acute gastroenteritis in children in Europe: executive summary. JPGN 2008;46:619-21.
- Yewale Y, Choudhry P. Rotavirus vaccine contamination with PCV1—statement of IAP Committee on Immunization. Indian Pediatr. 2010, 7; 47:583-91.
Autor: Dr.Alexandre Paz CRM DF 17099 infectologia pediátrica